sexta-feira, 11 de abril de 2014

Zaratustra - Abdruchim

Nascimento e infância de Zaratustra Há muito tempo, nas estepes a perder de vista da Ásia Central perto do Mar de Aral, havia uma pequena vila de casas de adobe, onde vivia a família Spitama. Um dia, no sexto dia da primavera, um menino nasceu naquela família. A sua mãe e seu pai decidiram dar-lhe o nome de Zaratustra. Ao nascer, Zaratustra não chorou, pelo contrário, riu sonoramente. As parteiras, vendo aquilo, admiraram-se, pois nunca tinham visto um bebê rir ao nascer. Na vila havia um sacerdote que percebeu que aquele menino viria a ser um revolucionário do pensamento humano e o que enfraqueceria o poder dos "donos" das religiões. Ele então decidiu tomar providências e procurou Pourushaspa, o pai de Zaratustra, com a seguinte conversa: "Pourushaspa Spitama, vim avisar-lhe. Seu filho é um mau sinal para a nossa vila porque riu ao nascer, ele tem um demônio. Mate-o ou os deuses destruirão seus cavalos e plantações. Onde já se viu rir ao nascer nesse mundo triste e escuro! Os deuses estão furiosos!". Pourushaspa não queria ferir seu filho, mas o sacerdote insistiu e impôs uma prova. Na manhã seguinte Pourushaspa fez uma grande fogueira, e à frente de todos colocou Zaratustra no meio do fogo, mas ele não sofreu dano algum. O sacerdote ficou confuso. Zaratustra foi levado então para um vale estreito e colocado no caminho de uma boiada de mil cabeças de gado, para ser pisoteado. O primeiro boi da boiada percebeu o menino e ficou parado sobre ele, protegendo-o, enquanto o resto passava ao lado e o bebê não sofreu um só arranhão. O sacerdote logo arquitetou outro plano. O menino Zaratustra foi colocado na toca de uma loba que, ao invés de devorá-lo, cuidou dele até que Dugdav, sua mãe, viesse buscá-lo. Diante de tantos prodígios o sacerdote ficou envergonhado e mudou-se da vila. Ao crescer, Zaratustra peramburalava pelas estepes indagando-se: "Quem fez o sol e as estrelas do céu? Quem criou as águas e as plantas? E quem faz a lua crescer e minguar? Quem implantou nas pessoas a sua natural bondade e justiça?". Um dia Zaratustra estava meditando às margens de um rio quando um ser estranho lhe apareceu. Ele era indescritível, tal a sua beleza e brilho. Zaratustra perguntou-lhe quem era ele, ao que teve como resposta: "Sou Vohu Mano, a Boa Mente. Vim buscá-lo". E tomou-lhe a mão, e o levou para um lugar muito bonito, onde sete outros seres os esperavam. A Boa Mente disse-lhe então: "Zaratustra, se você quiser pode encontrar em você mesmo todas as respostas que tanto busca, e também questões mais interessantes ainda. Ahura Mazda, Deus que tudo cria e sustenta, assim escolheu partilhar a sua divindade com os seres que cria. Agora, sabendo disso, você pode anunciar essa mensagem libertadora a todas as pessoas.” Zaratustra contestou: "Por que eu? Não sou poderoso e nem tenho recursos!". Os outros seres responderam em coro: "Você tem tudo o que precisa, o que todos igualmente têm: Bons pensamentos, boas palavras e boas ações". Zaratustra voltou para casa e contou a todos o que lhe acontecera. A sua família aceitou o que ele havia descoberto, mas os sacerdotes o rejeitaram. Eles argumentaram: "Se é assim nada há de especial em nosso serviço, nada valem nossos sacrifícios e perderemos o poder que nos dão os deuses ciumentos e caprichos que servimos. Estamos sem trabalho e passaremos fome!". Decidiram, então, dar cabo da vida de Zaratustra. Com sua boa mente ele entendeu que tinha que sair dali por uns tempos. Chamou seus vinte e dois companheiros e companheiras de primeira hora e fugiram com tudo o que tinham. Eles viajaram durante várias semanas até chegarem a um lugar cujo governante chamava-se Vishtaspa. Zaratustra procurou Vishtaspa e partilhou com ela a sua descoberta. Vishtaspa respondeu ao seu apelo com uma recusa: "Por que haveria de crer nesse estranho? Meus deuses são, com certeza, mais poderosos que esse Ahura Mazda!". Após dois anos tentando convencer Vistaspa, e enfrentando a mais cruel oposição, passando, inclusive, um tempo preso, um acidente com o cavalo de Vishtaspa ajudou a resolver a favor de Zaratustra esse impasse. À beira de morte, o cavalo tornou-se o pivot de todas as atenções. Vistaspa chamou sacerdotes, feiticeiros, médicos e sábios para salvar o seu cavalo. Juntos eles tentaram de tudo, inclusive oferecendo aos deuses dezenas de sacrifícios de outros cavalos. Além disso, brigaram entre si, fizeram intrigas, mas nada aconteceu, o cavalo de Vishtaspa só piorava. Zaratustra, que fora criado num ambiente rural, logo percebeu que ele fora envenenado. Procurando Vishtaspa ele sugeriu um remédio muito usado nesses casos em sua terra. Sem alternativas, embora descrente, Vishtaspa aceitou a ideia de Zaratustra e em dois dias seu cavalo estava de pé, sem sinal do doença. Todos ficaram pasmos e acharam que Zaratustra tinha operado um milagre. Ele respondeu que havia apenas usado a sua boa mente e os conhecimentos que tinha adquirido em casa. Vishtaspa e sua família ficaram encantados com a honestidade e simplicidade de Zaratustra, e dispuseram-se a ouvi-lo de novo, dessa vez com coração e mentes desarmados. Em pouco tempo não só Vishtaspa e sua família haviam sido iniciados, como também grande parte de seu povo. Embora Zaratustra pudesse ter usado a ocasião da cura do cavalo de Vishtaspa para arrogar-se poderes sobrenaturais ele preferiu ser sincero, e foi isso o que de fato mostrou a Vishtaspa a sublime beleza e profundidade da mensagem. Há mais de 3700 anos nas planícies da Ásia Central, Deus chamou um homem para proclamar o seu "Mantra" (A mensagem Provocadora do pensamento) à humanidade. Esse homem era Zaratustra Spitaman. Ele era o "Manthran" – o Mensageiro de Deus e o Provocador do Pensamento. A MENSAGEM DE ZARATUSTRA O Mundo tem uma dívida eterna com este pensador único, pela mensagem que ele trouxe à humanidade e religião por si fundada influiu em todas as religiões posteriores. Este Homem e a religião que ele aportou à humanidade foram em inúmeros aspectos iniciadores. Zaratustra foi o primeiro fundador de uma religião na história. Foi o primeiro a predicar o monoteísmo. Foi o primeiro que proclamou uma mensagem para TODOS os mortais – uma mensagem universal. Foi o primeiro a anunciar a igualdade de todos sem ter em conta a raça, o género, a classe ou a nacionalidade. No momento em que a humanidade pouco mais estava do que além da Idade da Pedra, quando a força determinava o que era correcto, Zaratustra proclamou que um líder deve ser “eleito” com base na sua retidão, sendo por isso o primeiro na História que disseminou as sementes da democracia! Zaratustra preoclamou ter recebido a visão de Deus, um Deus que ele chamou de Mazda Ahura, ou seja, o Deus Sábio. O seu Deus é o que ama a sua criação vivente e deseja promover o seu bem-estar, a sua vivacidade e preservá-la. Ele quer que os mortais o ajudem activamente e trabalhem como seus colaboradores nesta tarefa de promoção e preservação da sua “Boa Criação”. Este "Mantran" foi assim o primeiro a apresentar-nos há uns 3700 anos o conceito de “Ecologia”. Nos Gathas a mensagem sublime de Zaratustra à humanidade é tão simples que está contida num pequeno livro de 17 canções chamado “Os Gathas de Zarastustra”. A palavra “Gatha” significa canções ou hinos. Mesmo assim, este pequeno livro contém muitas verdades profundas e únicas. Para compreendê-las é necessário entender certos conceitos dos Gathas. Os Conceitos dos Gathas 1. Spenta Mainyu: Zaratustra vê o Mundo como a criação de uma Divindade a que ele chama de Ahura Mazda (Senhor Sábio, ou melhor Sábio Senhor ou simplesmente “o Sábio”), que Ele criou com a sua Spenishta Mainyu, a sua Mentalidade mais Progressiva. Para entender este conceito de "Spenta" ou "Progressivo" necessitamos entender o conceito de progressivo no sentido de incremento, aumento, evolução, crescimento e edificação moral. A palavra "Mainyu”tem sido traduzida por estudiosos ocidentais como “Espírito”. No entanto, linguisticamente não tem nenhuma associação com sentido ocidental dado a Espírito. Simplesmente é uma forma de conceituar a vida e a realidade. Uma explicação mais apropriada seria a de instinto mental, um sentido, uma disposição ou inclinação mental. A antítese desta Mentalidade Progressiva é a Mentalidade má, injusta, retrógrada e destrutiva chamada Aka Mainyu. 2. Asha: Na teologia de Zaratustra Asha é o princípio ordenador da Criação. No Plano Universal e físico de Asha é o que se pode definir como o conjunto de leis que apoiam e promovem o Cosmos. Mas, do ponto de vista humano Asha traduz-se como: o que é Recto, o que Deve Ser, o Correcto, o Exacto, o Justo, o Verdadeiro. 3. Vohu Manah: Segundo Zaratustra os seres humanos são dotados de Vohu Manah (Boa Mente) o que lhes permite que compreendam a Asha e façam opções correctas que impulsionam a progressão do Mundo vivente para a mesma. 4. Spenta Aramaiti: Este conceito tem sido traduzido distintamente por diversos estudiosos. Alguns traduzem-no como Serenidade e alguns como o Cuidado ou a Atenção Mental ao que é Correcto, outros como Piedade, outros ainda, como Devoção e, por fim, outros como Benevolência. Não existe provavelmente nenhuma palavra inglesa que o possa definir. Mas o conceito é geralmente aceite como uma qualidade latente nos seres humanos que os estimula a traduzir o Bom Pensamento em Boas Acções que estão de acordo com a Asha, em suma, a Serenidade/ Equanimidade/ Estabilidade. 5. Kachatra Vairya: Este é o Domínio Ideal de Ahura Mazda. No nosso Mundo pode traduzir-se como a ordem social ideal pela qual cada ser humano se deve esforçar. Literalmente significa o Bom Domínio da Eleição. 6. Haurvatat: É o estado de integridade e aperfeiçoamento na Terra que é o ideal desenvolvimento que Deus deseja que a Humanidade alcance 7. Ameretat: É um estado de imortalidade, ou melhor de não-mortalidade que nos Gathas se chama Ameretat Abdruchim - Livro que mostra a filosofia de Zaratustra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal, é uma coleção em três volumes, traduzidos para a língua portuguesa a partir da obra original em alemão, "Im Lichte Der Wahrheit", escrita por Abdruschin. Esclarece a finalidade da existência do ser humano. Mostra o caminho que este deve seguir, se quiser livrar-se do emaranhado atual de conceituações e crenças humanas falsas, para colocar-se finalmente em harmonia com as leis perfeitas e imutáveis que regem tudo na Criação. Esclarecendo assim completamente a própria Criação, sem permitir uma lacuna sequer, revela tudo o que até então era considerado segredo ou mistério. Traz com isso alegria e esperança a todos os pesquisadores sinceros já cansados e desanimados de suas buscas anteriores, não importa o ponto em que se encontrem no seu caminho. O teor da obra, de tão amplo e profundo, somente poderá ser assimilado por aqueles que ainda mantêm viva em si a chama interior da busca sincera pela Verdade. Isso é condicionado propositalmente pelo autor, que exige sempre o esforço pessoal na aplicação prática, em exata conformidade com seus ensinamentos. Somente assim a criatura humana poderá haurir dos valores eternos que a Mensagem do Graal apresenta. A obra Na Luz da Verdade é editada em português pela Ordem do Graal na Terra, entidade sem fins lucrativos, sediada na cidade de Embu, estado de São Paulo, que se dedica à divulgação de seus ensinamentos. Edita em português mais de vinte outros títulos relacionados ao assunto, como literatura colateral, sendo alguns editados também em outros idiomas. Quem foi Abdruschin? Abdruschin foi o pseudônimo de origem árabe adotado pelo autor Oscar Ernst Bernhardt para assinar suas obras literárias de cunho espiritualista. Em árabe, "Abd-ru-shin" significa "Filho da Luz". Nascido a 18 de abril de 1875 em Bischofswerda, Saxônia, tinha nacionalidade alemã. Faleceu a 6 de dezembro de 1941 em Kipsdorf, Erzgebirge. Antes de escrever a obra Na Luz da Verdade, viajou durante muitos anos, vindo a conhecer diversos países do Oriente, América do Norte e Europa. Escreveu a obra Na Luz da Verdade ao longo do período entre 1923 e 1929. Procurava evitar a atenção sobre sua própria pessoa, insistindo sempre em direcioná-la para o conteúdo de sua obra. Justificava isso com a frase: "Ouro é ouro, nas mãos de um príncipe ou nas de um mendigo".