sábado, 19 de julho de 2014

João Ubaldo Ribeiro Biografia

Sétimo ocupante da Cadeira nº 34, eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco e recebido em 8 de junho de 1994 pelo Acadêmico Eduardo Portella. Faleceu no dia 18 de julho de 2014, no Rio de Janeiro, aos 73 anos. João Ubaldo (Osório Pimentel) Ribeiro nasceu em Itaparica (BA), em 23 de janeiro de 1941. Dos primeiros meses de idade até cerca de onze anos, viveu com sua família em Sergipe, onde o pai era professor e político. Passou um ano em Lisboa e um ano no Rio de Janeiro para, em seguida, fixar-se em Itaparica, onde viveu aproximadamente sete anos. Entre 1990 e 1991, morou em Berlim, a convite do Instituto Alemão de Intercâmbio (DAAD – Deutscher Akademischer Austauschdienst). Na volta, passou a morar no Rio de Janeiro. É Casado com Berenice de Carvalho Batella Ribeiro, tendo o casal dois filhos. Do casamento anterior com Mônica Maria Roters, João Ubaldo teve duas filhas. Bacharel em Direito (1959-62) pela Universidade Federal da Bahia, jamais chegou a advogar. Pós-graduado em Administração Pública pela mesma Universidade e Mestre (Master of Science) em Administração Pública e Ciência Política pela Universidade da Califórnia do Sul. Entre outras atividades, foi professor da Escola de Administração e da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e professor da Escola de Administração da Universidade Católica de Salvador. Como jornalista, foi repórter, redator, chefe de reportagem e colunista do Jornal da Bahia; colunista, editorialista e editor-chefe da Tribuna da Bahia. É colunista do jornal Frankfurter Rundschau, na Alemanha; colaborador de diversos jornais e revistas no país e no exterior, entre os quais, além dos citados, Diet Zeit (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra), O Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), Folha de S. Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos outros. A formação literária de João Ubaldo Ribeiro iniciou ainda nos primeiros anos de estudante. Foi um dos jovens escritores brasileiros que participaram do International Writing Program da Universidade de Iowa. Trabalhando na imprensa, pôde também escrever seus livros de ficção e construir uma carreira que o consagrou como romancista, cronista, jornalista e tradutor. Seus primeiros trabalhos literários foram publicados em diversas coletâneas (Reunião, Panorama do Conto Baiano). Aos 21 anos de idade, escreveu seu primeiro livro, Setembro não Tem Sentido, que ele desejava batizar como A Semana da Pátria, contra a opinião do editor. O segundo foi Sargento Getúlio, de 1971. Em 1974, publicou Vencecavalo e o Outro Povo, que por sua vontade se chamaria A Guerra dos Paranaguás. Consagrado como um marco do moderno romance brasileiro, Sargento Getúlio filiou o seu autor, segundo a crítica, a uma vertente literária que sintetiza o melhor de Graciliano Ramos e o melhor de Guimarães Rosa. A história é temperada com a cultura e os costumes do Nordeste brasileiro e, em particular, dos sergipanos. Esse regionalismo extremamente rico e fiel dificultou a versão do romance para o inglês, obrigando o próprio autor a fazer esse trabalho. A seu respeito pronunciaram-se, nos Estados Unidos e na França, as colunas literárias de todos os grandes jornais e revistas. Em 1999, foi um dos escritores escolhidos em todo o mundo para dar depoimento, ao jornal francês Libération, sobre o Terceiro Milênio. E Viva o Povo Brasileiro foi o tema do exame de Agrégation, concurso para detentores de diploma de graduação na universidade francesa. Este romance e Sargento Getúlio constaram da maior parte das listas dos cem melhores romances brasileiros do século. Prêmios e distinções – Prêmio Golfinho de Ouro, do Estado do Rio de Janeiro, conferido, em 1971, pelo romance Sargento Getúlio; – Dois prêmios Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o Melhor Autor e Melhor Romance do Ano, pelo romances Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro; _ Prêmio Altamente Recomendável - Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil,1983, para Vida e Paixão de Pandonar, o Cruel ; – Prêmio Anna Seghers, em 1996 (Mogúncia, Alemanha); – Prêmio Die Blaue Brillenschlange (Zurique, Suíça); – Detém a cátedra de Poetik Dozentur na Universidade de Tubigem, Alemanha (1996). _ Prêmio Lifetime Achievement Award, em 2006; _ Prêmio Camões, em 2008.

Filosofia - O Sonho

Quem somos - Vamos nos amar uns aos outros

UNIVERSO

Poesia de Natal Cora Coralina

domingo, 1 de junho de 2014

Ruy Barbosa - Um Brasileiro - Estremeceu a Justiça; viveu no Trabalho; e não perdeu o Ideal

Ruy Barbosa de Oliveira (Salvador, 5 de novembro de 1849 — Petrópolis, 1 de março de 1923) foi um polímata brasileiro, tendo se destacado principalmente como jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador. Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Morais. Ruy Barbosa atuou na defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. Primeiro Ministro da Fazenda do regime instaurado em novembro de 1889, sua breve e discutida gestão foi marcada pela crise do encilhamento sob a proposição de reformas modernizadoras da economia. Destacou-se, também, como jornalista e advogado. Foi deputado, senador, ministro. Em duas ocasiões, foi candidato à Presidência da República. Empreendeu a Campanha Civilista contra o candidato militar Hermes da Fonseca. Notável orador e estudioso da língua portuguesa, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, sendo presidente entre 1908 e 1919. Como delegado do Brasil na II Conferência da Paz, em Haia (1907), notabilizou-se pela defesa do princípio da igualdade dos estados. Sua atuação nessa conferência lhe rendeu o apelido de "O Águia de Haia". Teve papel decisivo na entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial. Já no final de sua vida, foi indicado para ser juiz da Corte Internacional de Haia, um cargo de enorme prestígio, que recusou A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é o maior elemento da estabilidade. — Ruy Barbosa Biografia Ruy Barbosa. Ruy Barbosa de Oliveira, filho de João José Barbosa de Oliveira e de Maria Adélia Barbosa de Oliveira , nasceu em 1849, na rua dos Capitães, hoje rua Rui Barbosa, freguesia da Sé, na cidade do Salvador, na então província da Bahia. Aos cinco anos, fez seu professor Antônio Gentil Ibirapitanga exclamar: "Este menino de cinco anos de idade é o maior talento que eu já vi. (…) Em quinze dias aprendeu análise gramatical, a distinguir orações e a conjugar todos os verbos regulares." Em 1861, aos onze anos, quando estudava no Ginásio Baiano de Abílio César Borges, futuro Barão de Macaúbas, fez o mestre declarar a seu pai, João Barbosa: "Seu filho nada mais tem a aprender comigo." Ali, como disse mais tarde, viveu a maior emoção de toda a sua vida, quando recebeu uma medalha de ouro do Arcebispo da Bahia. Em 1864, concluído o curso ginasial, mas sem idade para entrar na Universidade, passou o ano estudando alemão. No ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito de Olinda. Em 1867, adoeceu de "incômodo cerebral". Em 1868 abrigou em sua casa por alguns dias, Castro Alves, seu antigo colega no Ginásio Baiano, em razão do rompimento dele com Eugênia Câmara. Proferiu o famoso discurso saudando José Bonifácio, o Moço. Em 1870, graduou-se como bacharel pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e retornou à Bahia, acometido, novamente, de incômodo cerebral. Em 1871 começou a advogar e estreou no júri, tendo registrado: "Minha estreia na tribuna forense foi, aqui, na Bahia, a desafronta na honra de uma inocente filha do povo contra a lascívia opulenta de um mandão." Em 1872, iniciou-se no jornalismo, no Diário da Bahia, e viveu a sua primeira crise amorosa. Brasília era o nome da senhorinha e morava no bairro de Itapajipe. Em 1873 assumiu a direção do Diário da Bahia e fez conferência no Teatro São João sobre "eleição direta". O pai confessa, numa carta, que "poucos o igualam", que ele "foi aplaudido de um modo que me comoveu", e ainda "dizem-me que é superior a José Bonifácio e sustentam que certamente hoje não se fala melhor do que ele." Em 1876, casou-se com a baiana Maria Augusta Viana Bandeira. Em 1877, foi eleito deputado à Assembleia da Bahia. No ano seguinte foi eleito deputado à Assembleia da Corte. Em 1881 promoveu a Reforma Geral do Ensino. Em 1885, no auge da campanha abolicionista, José do Patrocínio escreveu: "Deus acendeu um vulcão na cabeça de Ruy Barbosa." Duas semanas antes da abolição, em 30 de abril de 1888, Barbosa vaticinou: "A grande transformação aproxima-se de seu termo." A 7 de março de 1889 Joaquim Nabuco afirma: "Evaristo, na imprensa, fez a Regência e Ruy fará a República". Em 9 de junho de 1889 recusou o convite para integrar o Gabinete Ouro Preto. "Não posso ser membro de um Ministério que não tome por primeira reforma a Federação." Em novembro daquele mesmo ano Benjamin Constant escreveu a Ruy: "Seu artigo de hoje, Plano contra a Pátria, fez a República e me convenceu da necessidade imediata da revolução." Dias depois, em 15 de novembro de 1889, Barbosa redigiu o primeiro decreto do governo provisório e foi nomeado ministro da Fazenda, no governo de Deodoro da Fonseca. Em 1890 D. Pedro II diz: "Nas trevas que caíram sobre o Brasil, a única luz que alumia, no fundo da nave, é o talento de Ruy Barbosa." Ainda neste ano, lança os decretos de reforma bancária, no qual foi criticado por Ramiro Barcelos, que, anos depois, se penitenciou: "A desgraça da República foi nós, os históricos, não termos compreendido logo a grandeza de Ruy". Elabora-se o projeto de Constituição em sua casa. Em 14 de dezembro do mesmo ano, Ruy Barbosa, então ministro da Fazenda, mandou queimar os livros de matrícula de escravos existentes nos cartórios das comarcas e registros de posse e movimentação patrimonial envolvendo todos os escravos, o que foi feito ao longo de sua gestão e de seu sucessor. A razão alegada para o gesto teria sido apagar "a mancha" da escravidão do passado nacional. Todavia, especialistas afirmam que Ruy Barbosa quis, com a medida, inviabilizar o cálculo de eventuais indenizações que vinham sendo pleiteadas pelos antigos proprietários de escravos. Apenas onze dias depois da Abolição da Escravatura, um projeto de lei foi encaminhado à Câmara, propondo ressarcir senhores dos prejuízos gerados com a medida. Ele é nomeado primeiro vice-chefe do Governo Provisório. Em uma viagem a Paris, ele se encontra com D. Pedro fala "Majestade, me perdoe, eu não sabia que a República era isso" tamanha era a decepção com o estado do país após a proclamação da República. Em 1892 abandona a bancada do Senado, depois de feita a justificativa em discurso. Dias mais tarde lança um manifesto à nação no qual diz a famosa frase: "Com a lei, pela lei e dentro da lei; porque fora da lei não há salvação. Eu ouso dizer que este é o programa da República". Em 23 de abril do mesmo ano sobe as escadarias do Supremo Tribunal Federal, sob ameaça de morte, para defender, como patrono voluntário, o habeas corpus dos desterrados de Cucui. Em 7 de fevereiro de 1893 volta à Bahia para um encontro consagratório com Manuel Vitorino, ocasião em que fala de sua terra: "Ninho onde cantou Castro Alves, verde ninho murmuroso de eterna poesia". Em setembro do mesmo ano, a Revolta. Refugia-se na Legação do Chile. Sob ameaça de morte, exila-se em Buenos Aires. Em 1 de março de 1894, é candidato a presidente, obtendo o quarto lugar. Ainda em exílio, no ano seguinte Ruy viaja a Londres, de onde escreve as Cartas da Inglaterra para o Jornal do Commercio a partir de 7 de janeiro de 1895. No ano seguinte produz textos a serviço dos insurrectos de 1893. Escreve na imprensa: "E jornalista é que nasci, jornalista é que eu sou, de jornalista não me hão de demitir enquanto houver imprensa, a imprensa for livre…" Em 1897 recusa convite para ser ministro plenipotenciário do Brasil na Questão da Guiana, feito por Manuel Vitorino, então vice-presidente do governo de Prudente de Morais. Critica a intervenção militar em Canudos. Torna-se membro fundador da Academia Brasileira de Letras, e recebe de Joaquim Nabuco a seguinte citação, no livro Minha Formação: "Ruy Barbosa, hoje a mais poderosa máquina cerebral do nosso país". Em 3 de abril de 1902 publica parecer crítico ao projeto do Código Civil. Ao final do ano, em 31 de dezembro, lança réplica às observações feitas pelo filólogo Ernesto Carneiro Ribeiro, seu antigo mestre na Bahia. A tréplica de Carneiro só veio a público em 1923. Foi a maior polêmica filológica da Língua Portuguesa. Três anos depois, em 1905, chegou a se candidatar a presidente, porém retirou sua candidatura para apoiar a de Afonso Pena. Em junho de 1907, Ruy vai à Conferência da Haia, sendo sua consagração mundial. Sobre isso, escreveu o jornalista William Thomas Stead: "As duas maiores forças pessoais da Conferência foram o Barão Marschall da Alemanha, e o Dr. Barbosa, do Brasil… Todavia ao acabar da conferência, Dr. Barbosa pesava mais do que o Barão de Marschall". Em 21 de outubro de 1908 discursa, em francês, na Academia Brasileira de Letras, em recepção a Anatole France. A partir do ano seguinte, e até 1910, inicia a campanha civilista. Já em 1911 retorna ao Diário de Notícias. Nesse período, ao responder à carta de um correligionário civilista, em outubro de 1911, escreve uma das mais importantes obras sobre deontologia jurídica: O Dever do Advogado. Para a eleição de 1 de março de 1910, integra com o presidente de São Paulo, dr. Albuquerque Lins, a chapa dos candidatos da soberania popular, na Campanha Civilista, sendo Ruy candidato a presidente da república, e Albuquerque Lins a vice-presidente. O país se dividiu: Bahia, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e parte de Minas Gerais apoiaram o candidato Ruy Barbosa, e os demais estados apoiaram a candidatura de Hermes da Fonseca, que tinha Venceslau Brás como seu vice. Fonseca e Brás venceram. Hermes teve 403 867 votos contra 222 822 votos dados a Ruy Barbosa. Durante a Guerra do Contestado (1912 -1916), Ruy Barbosa defendeu os interesses do Paraná. Nesta época, também era advogado e possivelmente lobista da Southern Brazil Lumber & Colonization Co. Inc., grande empresa madeireira e colonizadora de terras no sul do país que integrava o grupo empresarial de Percival Farquhar. Plenário do Senado durante sessão em 1915. O senador Ruy Barbosa, de pé, discursa de frente para a mesa diretora Em junho de 1913 inicia sua terceira candidatura à Presidência pela Convenção Nacional, no Teatro Politeama do Rio de Janeiro - "a maior solenidade popular registrada, até hoje, na história brasileira". Na iminência de perder para Venceslau Brás, lança em dezembro o "Manifesto à Nação", renunciando à candidatura. Ruy obteve, em 1 de março de 1914, 47 000 votos, tendo sido derrotado por Venceslau Brás. Três anos depois, em 9 de julho de 1917, participa do Centenário de Tucuman. Ao receber o título de professor honoris causa da Faculdade de Direito e Ciências Sociais de Buenos Aires, em 14 de julho, protesta - a propósito da Primeira Guerra Mundial em curso na Europa - contra a postura dos países neutros diante das atrocidades do conflito. Em seu discurso intitulado o Dever dos Neutros , Ruy defende o princípio de que neutralidade não pode ser confundida com indiferença e impassibilidade, apoiando firmemente a causa dos aliados. Segundo ele, a invasão da Bélgica pelos alemães, no final de 1915, representava o revés das conquistas alcançadas na Conferência da Paz em Haia. O discurso teve repercussão internacional, e suas teses provocariam mudanças drásticas na política externa do Brasil - até então neutro na Guerra Mundial. Durante todo o ano de 1917, Ruy participaria de comícios e manifestações contra a agressão aos navios da marinha mercante brasileira. Finalmente, convocado pelo presidente da República, Venceslau Brás, participaria da reunião em que foi revogado o decreto de neutralidade do Brasil no conflito, em 10 de junho de 1917. Victorino de la Plaza, presidente da Argentina, após o banquete que lhe ofereceu Ruy, falou: "Já disse aos meus ministros que, aqui, o Sr. Ruy Barbosa, com credenciais ou sem elas, será considerado sempre o mais legítimo representante do Brasil." Em 1917 colabora no projeto da Tradução Brasileira. Ocorre em 1918 o Jubileu Cívico. Paul Claudel, ministro da França, entrega-lhe as insígnias de Grande Oficial da Legião de Honra. Em 13 de abril de 1919 concorre pela quarta e última vez à Presidência, e, como anteriormente, contra a sua vontade. Perde as eleições para Epitácio Pessoa. Promove conferências pelo sertão da Bahia. Ainda em 1919, dada a intervenção de Epitácio Pessoa na Bahia, reitera a recusa, feita um ano antes, de representar o Brasil na Liga das Nações, durante a Conferência de Versalhes - que estipulou os termos da paz entre vitoriosos e derrotados na Primeira Guerra. Em 1921, com o "coração enjoado da política", renuncia à cadeira de senador. Jubileu político ao lado dos moços doutorandos de São Paulo. A Bahia, que ele chamou de "mãe idolatrada", reelege-o senador novamente, e ele diz: "É um ato de obediência, em que abdico da minha liberdade, para me submeter às exigências do meu Estado natal". Recusa o cargo de Juiz Permanente na Corte de Haia (ocupado posteriormente por Epitácio Pessoa). Ainda no mesmo ano, recusa projeto do senador Félix Pacheco para que fosse concedido a Ruy um prêmio nacional em dinheiro, dizendo: "A consciência me atesta não estar eu na altura de galardão tão excepcional". Em julho de 1922 sofre um grave edema pulmonar, com iminência de morte. Meses depois, em fevereiro de 1923, sofre uma paralisia bulbar. Dr. Ruy diz a seu médico: "Doutor, não há mais nada a fazer". A 1º de março de 1923 falece em Petrópolis, à tarde, aos 73 anos de idade tendo como últimas palavras: "Deus, tende compaixão de meus padecimentos"(carece de fontes). Seu corpo foi sepultado em um grande mausoléu familiar, no Cemitério de São João Batista, onde repousou até 1949. Nas comemorações de seu centenário de nascimento, seus restos mortais foram exumados e trasladados para a cidade de Salvador, onde se encontram até hoje. Genealogia Ruy Barbosa de Oliveira era filho do médico João José Barbosa de Oliveira (1818-1874) e de d. Maria Adélia Barbosa de Almeida (falecida em 1867). Maria Adélia era prima sobrinha de João José e, graças a isso, Ruy Barbosa era primo neto de seu próprio pai. João José Barbosa de Oliveira era filho de Rodrigo António Barbosa de Oliveira, nascido em Salvador em 1768, e de Maria Soares Simas. Era neto paterno do sargento-mor de ordenanças António Barbosa de Oliveira, natural do Porto (Portugal) e de Ana Maria de Sousa e Castro. Maria Adélia Barbosa de Almeida era filha do major Caetano Vicente de Almeida (falecido em 1857) e de Luiza Clara Joaquina Barbosa de Oliveira (falecida em 1867). Luísa era filha do capitão António Barbosa de Oliveira e de Ignacia Feliciana Joaquina Soares Serpa e era neta paterna do sargento-mor de ordenanças António Barbosa de Oliveira, natural do Porto (Portugal) e de Ana Maria de Sousa e Castro. Foram tios de Ruy Barbosa (irmãos de Maria Adélia Barbosa de Almeida) o bacharel Caetano Vicente de Almeida Jr. (1811-1890), que se tornou o Barão de Mucuri em 23 de janeiro de 1887, e o também bacharel Luís Antônio Barbosa de Almeida (1812-1892), que na qualidade de vereador da Câmara Municipal de Salvador atuou na revolta da Sabinada (1837). Os descendentes de Ruy Barbosa com d. Maria Augusta Viana Bandeira levam o sobrenome "Ruy Barbosa". Em suas primeiras gerações, esta foi uma família de diplomatas, o que ajudou a fortalecer o mito de que a carreira diplomática é transmitida de pai para filho. Entre os descendentes de Ruy Barbosa está a atriz da Rede Globo Marina Ruy Barbosa, sua tetraneta. Marina nasceu no Rio de Janeiro em 1995 e é filha do fotógrafo Paulo Ruy Barbosa e da artista plástica Gioconda de Sousa. É neta paterna de Paulo Marcos Saraiva e de Marina Ruy Barbosa, que por sua vez é filha do diplomata Armando Braga Ruy Barbosa e de Yolette Miranda. Armando era filho de Alfredo Ruy Barbosa (1879-1939), oficial da Marinha, bacharel em Direito e deputado federal pela Bahia, e de Marina Braga. Alfredo foi o segundo filho de Ruy Barbosa. Ruy Barbosa foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, e escolheu Evaristo da Veiga como patrono da cadeira 10. Foi presidente da ABL de 1908 a 1919. Vida política Deputado Provincial - 1878 Deputado Geral - 1878 a 1881 Deputado Geral - 1882 a 1884 Senador - 1890 a 1892 Senador - 1892 a 1897 Senador - 1897 a 1906 Senador - 1906 a 1915 Senador - 1915 a 1921 Principais obras Visita à Terra Natal Figuras Brasileiras Contra o Militarismo Correspondencia de Ruy Mocidade e Estilo Castro Alves: Elogio do Poeta pelos Escravos, 1881 O Papa e o Concílio, 1877 O Anno Político de 1887 Relatório do Ministro da Fazenda, 1891 Finanças e Políticas da República: Discursos e Escritos,1893 Os Atos Inconstitucionais do Congresso e do Executivo ante a Justiça Federal, 1893 Cartas de Inglaterra, 1896 Anistia Inversa: Caso de Teratologia Jurídica, 1896 Posse dos Direitos Pessoais, 1900 O Código Civil Brasileiro, 1904 Discurso, 1904 O Acre Septentrional, 1906 Actes et discours. La Haye: W.P. van Stockum et Fils, 1907 O Brasil e as Nações Latino Americanas na Haia, 1908 O Direito do Amazonas ao Acre Septentrional, 1910 Excursão Eleitoral aos Estados da Bahia e Minas Gerais: Manifestos à Nação, 1910 Plataforma, 1910 Ruy Barbosa na Bahia, 1910 O Dever do Advogado, 191121 O Sr. Ruy Barbosa, no Senado, responde às insinuações do Sr. Pinheiro Machado, 1915 Problemas de Direito Internacional. Londres: Jas.Trucott&Son, 1916 Conferência. Londres: Eyre and Spottiswoode Ltda, 1917 Oswaldo Cruz, 1917 Oração aos Moços, 192022 Homenagem "O maior coco da Bahia" Sua face em uma moeda de 20 centavos de cruzeiro de 1953. Logo após sua morte, o jurista baiano João Mangabeira, seu discípulo, fez o discurso em sua homenagem e memória. Em 5 de novembro de 1924, Otávio Mangabeira, lembrando a data de seu nascimento, fez o seguinte discurso: "Na data de hoje, sr. Presidente, na capital da Bahia,(…) nasceu Ruy Barbosa. (…)Recordando a figura do grande evangelista que com a pena e com a tribuna, irradiando e bramindo, nas vanguardas, a peito aberto, no alto jornalismo de combate, nos comícios populares, nas casas do Parlamento, nos pretórios; nas assembléias internacionais, em toda a parte primus inter pares a eloqüência, de mãos dadas com a bravura, robustecida pela abnegação e animada pela fé, não precisou de outras armas, para servir, por mais de meio século construindo, deslumbrando, (…) dominando as opiniões que dirigia, às Letras, ao Direito, à Liberdade. Enriqueceu a língua portuguesa, pela palavra falada e pela escrita, com as mais belas obras de arte. Em Haia e em Buenos Aires, para um auditório que era a humanidade, falou, por idiomas estrangeiros, em alocuções imortais que comoveram o Universo, a linguagem das mais lídimas aspirações humanas. Nunca fraqueou ante a injustiça, ante a ingratidão, ante os revezes. Nunca se acobardou ante o perigo. (aplausos) (…) Construtor, por excelência, da República, foi principalmente na República, franzino e débil no corpo, quão rijo, e forte, e valoroso no espírito, a ponta de platina, impávido a receber e a desviar(…) a eletricidade das tormentas." "(…) Feliz do povo que estremecer a justiça! Feliz do povo que viver no trabalho! Sobretudo, sr. Presidente, feliz do povo que não perder o ideal. (…) Volvamos o nosso espírito para a tranqüilidade onde repousa o magno sacerdote da nossa democracia, o grande semeador a quem devemos os frutos mais excelentes do nosso liberalismo constitucional. Para que seu fulgor nos ilumine! Para que o seu exemplo nos ampare! (…) Para que desçam, portanto, sobre o coração e a consciência dos que se digladiam no Brasil, ao sol das lutas políticas, a misericórdia, a clemência, as inspirações do Senhor! Para que estremeçamos a Justiça, para que vivamos no Trabalho, para que não percamos o Ideal!" Última frase Ruy fez seu testamento político na fórmula de um epitáfio, que ele mesmo escreveu para sua pedra funerária: Estremeceu a Justiça; viveu no Trabalho; e não perdeu o Ideal.

O Iluminismo - Montesquieu

O Iluminismo O Iluminismo surgiu na França do século XVII e propunha o domínio do pensamento racional sobre o teocentrismo (Deus no centro de todas explicações) que predominava na Europa desde a época Medieval. De acordo com os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de jogar luzes nas trevas em que se encontrava grande parte da humanidade. Fizeram também uma forte crítica ao absolutismo ao defenderem a liberdade econômica, política e social. Montesquieu Introdução Charles de Montesquieu foi um importante filósofo, político e escritor francês. Nasceu em 18 de janeiro de 1689, na cidade de Bordeaux (França). É considerado um dos grandes filósofos do iluminismo. Biografia Montesquieu nasceu numa família nobre francesa. Estudou numa escola religiosa de oratória. Após concluir a educação básica, foi estudar na Universidade de Bordeaux e depois em Paris. Nestas instituições teve contato com vários intelectuais franceses, principalmente, com aqueles que criticavam a monarquia absolutista. Com a morte do pai em 1714, retornou para a cidade de Bordeaux, tornando-se conselheiro do Parlamento da cidade. Nesta fase,viveu sob a proteção de seu tio, o barão de Montesquieu. Com a morte do tio, Montesquieu assume o título de barão, a fortuna e o cargo de presidente do Parlamento de Bordeaux. Em 1715, Montesquieu casou-se com Jeanne Lartigue. Tornou-se membro da Academia de Ciências de Bordeaux e, nesta fase, desenvolveu vários estudos sobre ciências. Porém, após alguns anos nesta vida, cansou-se, vendeu seu título e resolveu viajar pela Europa. Nas viagens começou a observar o funcionamento da sociedade, os costumes e as relações sociais e políticas. Entre as décadas de 1720 e 1740, desenvolveu seus grandes trabalhos sobre política, principalmente, criticando o governo absolutista e propondo um novo modelo de governo. Em 1729, enquanto estava em viagem pela Inglaterra, foi eleito membro da Royal Society. Montesquieu morreu em 10 de fevereiro de 1755, na cidade de Paris. Visão política e idéias - Era contra o absolutismo (forma de governo que concentrava todo poder do país nas mãos do rei). - Fez várias críticas ao clero católico, principalmente, sobre seu poder e interferência política. - Defendia aspectos democráticos de governo e o respeito as leis. - Defendia a divisão do poder em três: Executivo, Legislativo e Judiciário. Obras principais - Cartas Persas (1721) - O Espírito das Leis (1748) - Considerações sobre as causas da grandeza dos romanos e de sua decadência - Contribuições para a Encclopédia (organizada por Diderot e D'Alembert) Frases de Montesquieu - "Um governo precisa apenas vagamente o que a traição é, e vai contribuir para o despotismo". - "A pessoa que fala sem pensar, assemelha-se ao caçador que dispara sem apontar." - "Leis inúteis enfraquecem as leis necessárias." - "Quanto menos os homens pensam, mais eles falam" Montesquieu PRINCIPAIS IDEIAS Montesquieu quis explicar as leis humanas e as instituições sociais: enquanto as leis físicas são regidas por Deus, as regras e instituições são feitas por seres humanos passíveis de falhas. Definiu três tipos de governo existentes: republicanos, monárquicos e despóticos, e organizou um sistema de governo que evitaria o absolutismo, isto é, a autoridade tirânica de um só governante. Para o pensador, o despotismo era um perigo que podia ser prevenido com diferentes organismos exercendo as funções de fazer leis, administrar e julgar. Assim, Montesquieu idealizou o Estado regido por três poderes separados, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Essa é a teoria da separação de poderes e teve enorme impacto na política, influenciando a organização das nações modernas. O pensador levou dois anos escrevendo "Em defesa do Espírito das Leis", para responder ao vários críticos.Apesar desse esforço, a Igreja católica colocou "O Espírito das Leis" no seu índice de livros proibidos, o Index Librorum Prohibitorum. Mas isso não impediu o sucesso da obra, que foi publicada em 1748, em dois volumes, em Genebra, na Suíça, para driblar a censura. Seus livros seguintes continuaram a ser controvertidos, desagradando protestantes (jansenistas), católicos ordodoxos, jesuítas e a Universidade Sorbonne, de Paris. Montesquieu morreu, aos 66 anos, de uma febre. Estava quase cego. Deixou sem concluir um ensaio para a Enciclopédia, de Diderot e D'Alembert.

Professor Hermógenes - Um Yogue do Brasil

Nome completo José Hermógenes de Andrade Filho Nascimento 09 de março de 1921 (93 anos) Natal, RN, Nacionalidade Brasil Brasileiro Lema: "Entrego, confio, aceito e agradeço". José Hermógenes de Andrade Filho (Natal, Brasil, 9 de março de 1921), mais conhecido como Prof. Hermógenes, é um escritor, professor e divulgador brasileiro de hatha ioga. É doutorado em Yogaterapia pelo World Development Parliament da Índia e é Doutor Honoris Causa pela Open University for Complementary Medicine. O professor Hermógenes recebeu a Medalha de Integração Nacional de Ciências da Saúde e o Diploma d'Onore no IX Congresso Internacional de Parapsicologia, Psicotrónica e Psiquiatria (Milão, 1977). Escolhido o Cidadão da Paz do Rio de Janeiro, em 1988, o Professor Hermógenes recebeu a Medalha Tiradente em 8 de maio de 2000. A premiação foi conferida pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pelo bem-estar e benefícios à saúde que as obras de José Hermógenes de Andrade Filho levaram para os brasileiros. É fundador da Academia Hermógenes de Yoga. Vida O professor Hermógenes descobriu os benefícios da yoga para a saúde física e mental na década de 60, após um diagnóstico de tuberculose avançada aos 35 anos de idade, e passou a trabalhar na sua divulgação. Foi um dos primeiros a trazer a mensagem de Sathya Sai Baba para o Brasil. Traduziu obras importantes de Satya Sai Baba para o português: "O Fluir da Canção do Senhor (Gita Vahini) e "Sadhana, o caminho interior". A inauguração do primeiro centro aconteceu no dia 27 de junho em 1987 e foi denominado Centro Bhagavan Sri Sathya Sai Baba do Rio de Janeiro. Mas apesar de seu nome oficial, acabou ficando informalmente conhecido como Centro Sathya Sai de Vila Isabel, devido ao bairro de sua localização. Hermógenes foi um dos precursores da yoga no Brasil e escreveu mais de 30 livros, traduzidos em diversas línguas. Também publicou diversos artigos, disponíveis gratuitamente para estudo. Em 2012, foi lançado um livro sobre sua biografia, "Hermógenes: Vida, Yoga, Fé e Amor", escrito por um aluno e discípulo. Está em fase de produção um documentário sobre sua história, obra e vida.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Zaratustra - Abdruchim

Nascimento e infância de Zaratustra Há muito tempo, nas estepes a perder de vista da Ásia Central perto do Mar de Aral, havia uma pequena vila de casas de adobe, onde vivia a família Spitama. Um dia, no sexto dia da primavera, um menino nasceu naquela família. A sua mãe e seu pai decidiram dar-lhe o nome de Zaratustra. Ao nascer, Zaratustra não chorou, pelo contrário, riu sonoramente. As parteiras, vendo aquilo, admiraram-se, pois nunca tinham visto um bebê rir ao nascer. Na vila havia um sacerdote que percebeu que aquele menino viria a ser um revolucionário do pensamento humano e o que enfraqueceria o poder dos "donos" das religiões. Ele então decidiu tomar providências e procurou Pourushaspa, o pai de Zaratustra, com a seguinte conversa: "Pourushaspa Spitama, vim avisar-lhe. Seu filho é um mau sinal para a nossa vila porque riu ao nascer, ele tem um demônio. Mate-o ou os deuses destruirão seus cavalos e plantações. Onde já se viu rir ao nascer nesse mundo triste e escuro! Os deuses estão furiosos!". Pourushaspa não queria ferir seu filho, mas o sacerdote insistiu e impôs uma prova. Na manhã seguinte Pourushaspa fez uma grande fogueira, e à frente de todos colocou Zaratustra no meio do fogo, mas ele não sofreu dano algum. O sacerdote ficou confuso. Zaratustra foi levado então para um vale estreito e colocado no caminho de uma boiada de mil cabeças de gado, para ser pisoteado. O primeiro boi da boiada percebeu o menino e ficou parado sobre ele, protegendo-o, enquanto o resto passava ao lado e o bebê não sofreu um só arranhão. O sacerdote logo arquitetou outro plano. O menino Zaratustra foi colocado na toca de uma loba que, ao invés de devorá-lo, cuidou dele até que Dugdav, sua mãe, viesse buscá-lo. Diante de tantos prodígios o sacerdote ficou envergonhado e mudou-se da vila. Ao crescer, Zaratustra peramburalava pelas estepes indagando-se: "Quem fez o sol e as estrelas do céu? Quem criou as águas e as plantas? E quem faz a lua crescer e minguar? Quem implantou nas pessoas a sua natural bondade e justiça?". Um dia Zaratustra estava meditando às margens de um rio quando um ser estranho lhe apareceu. Ele era indescritível, tal a sua beleza e brilho. Zaratustra perguntou-lhe quem era ele, ao que teve como resposta: "Sou Vohu Mano, a Boa Mente. Vim buscá-lo". E tomou-lhe a mão, e o levou para um lugar muito bonito, onde sete outros seres os esperavam. A Boa Mente disse-lhe então: "Zaratustra, se você quiser pode encontrar em você mesmo todas as respostas que tanto busca, e também questões mais interessantes ainda. Ahura Mazda, Deus que tudo cria e sustenta, assim escolheu partilhar a sua divindade com os seres que cria. Agora, sabendo disso, você pode anunciar essa mensagem libertadora a todas as pessoas.” Zaratustra contestou: "Por que eu? Não sou poderoso e nem tenho recursos!". Os outros seres responderam em coro: "Você tem tudo o que precisa, o que todos igualmente têm: Bons pensamentos, boas palavras e boas ações". Zaratustra voltou para casa e contou a todos o que lhe acontecera. A sua família aceitou o que ele havia descoberto, mas os sacerdotes o rejeitaram. Eles argumentaram: "Se é assim nada há de especial em nosso serviço, nada valem nossos sacrifícios e perderemos o poder que nos dão os deuses ciumentos e caprichos que servimos. Estamos sem trabalho e passaremos fome!". Decidiram, então, dar cabo da vida de Zaratustra. Com sua boa mente ele entendeu que tinha que sair dali por uns tempos. Chamou seus vinte e dois companheiros e companheiras de primeira hora e fugiram com tudo o que tinham. Eles viajaram durante várias semanas até chegarem a um lugar cujo governante chamava-se Vishtaspa. Zaratustra procurou Vishtaspa e partilhou com ela a sua descoberta. Vishtaspa respondeu ao seu apelo com uma recusa: "Por que haveria de crer nesse estranho? Meus deuses são, com certeza, mais poderosos que esse Ahura Mazda!". Após dois anos tentando convencer Vistaspa, e enfrentando a mais cruel oposição, passando, inclusive, um tempo preso, um acidente com o cavalo de Vishtaspa ajudou a resolver a favor de Zaratustra esse impasse. À beira de morte, o cavalo tornou-se o pivot de todas as atenções. Vistaspa chamou sacerdotes, feiticeiros, médicos e sábios para salvar o seu cavalo. Juntos eles tentaram de tudo, inclusive oferecendo aos deuses dezenas de sacrifícios de outros cavalos. Além disso, brigaram entre si, fizeram intrigas, mas nada aconteceu, o cavalo de Vishtaspa só piorava. Zaratustra, que fora criado num ambiente rural, logo percebeu que ele fora envenenado. Procurando Vishtaspa ele sugeriu um remédio muito usado nesses casos em sua terra. Sem alternativas, embora descrente, Vishtaspa aceitou a ideia de Zaratustra e em dois dias seu cavalo estava de pé, sem sinal do doença. Todos ficaram pasmos e acharam que Zaratustra tinha operado um milagre. Ele respondeu que havia apenas usado a sua boa mente e os conhecimentos que tinha adquirido em casa. Vishtaspa e sua família ficaram encantados com a honestidade e simplicidade de Zaratustra, e dispuseram-se a ouvi-lo de novo, dessa vez com coração e mentes desarmados. Em pouco tempo não só Vishtaspa e sua família haviam sido iniciados, como também grande parte de seu povo. Embora Zaratustra pudesse ter usado a ocasião da cura do cavalo de Vishtaspa para arrogar-se poderes sobrenaturais ele preferiu ser sincero, e foi isso o que de fato mostrou a Vishtaspa a sublime beleza e profundidade da mensagem. Há mais de 3700 anos nas planícies da Ásia Central, Deus chamou um homem para proclamar o seu "Mantra" (A mensagem Provocadora do pensamento) à humanidade. Esse homem era Zaratustra Spitaman. Ele era o "Manthran" – o Mensageiro de Deus e o Provocador do Pensamento. A MENSAGEM DE ZARATUSTRA O Mundo tem uma dívida eterna com este pensador único, pela mensagem que ele trouxe à humanidade e religião por si fundada influiu em todas as religiões posteriores. Este Homem e a religião que ele aportou à humanidade foram em inúmeros aspectos iniciadores. Zaratustra foi o primeiro fundador de uma religião na história. Foi o primeiro a predicar o monoteísmo. Foi o primeiro que proclamou uma mensagem para TODOS os mortais – uma mensagem universal. Foi o primeiro a anunciar a igualdade de todos sem ter em conta a raça, o género, a classe ou a nacionalidade. No momento em que a humanidade pouco mais estava do que além da Idade da Pedra, quando a força determinava o que era correcto, Zaratustra proclamou que um líder deve ser “eleito” com base na sua retidão, sendo por isso o primeiro na História que disseminou as sementes da democracia! Zaratustra preoclamou ter recebido a visão de Deus, um Deus que ele chamou de Mazda Ahura, ou seja, o Deus Sábio. O seu Deus é o que ama a sua criação vivente e deseja promover o seu bem-estar, a sua vivacidade e preservá-la. Ele quer que os mortais o ajudem activamente e trabalhem como seus colaboradores nesta tarefa de promoção e preservação da sua “Boa Criação”. Este "Mantran" foi assim o primeiro a apresentar-nos há uns 3700 anos o conceito de “Ecologia”. Nos Gathas a mensagem sublime de Zaratustra à humanidade é tão simples que está contida num pequeno livro de 17 canções chamado “Os Gathas de Zarastustra”. A palavra “Gatha” significa canções ou hinos. Mesmo assim, este pequeno livro contém muitas verdades profundas e únicas. Para compreendê-las é necessário entender certos conceitos dos Gathas. Os Conceitos dos Gathas 1. Spenta Mainyu: Zaratustra vê o Mundo como a criação de uma Divindade a que ele chama de Ahura Mazda (Senhor Sábio, ou melhor Sábio Senhor ou simplesmente “o Sábio”), que Ele criou com a sua Spenishta Mainyu, a sua Mentalidade mais Progressiva. Para entender este conceito de "Spenta" ou "Progressivo" necessitamos entender o conceito de progressivo no sentido de incremento, aumento, evolução, crescimento e edificação moral. A palavra "Mainyu”tem sido traduzida por estudiosos ocidentais como “Espírito”. No entanto, linguisticamente não tem nenhuma associação com sentido ocidental dado a Espírito. Simplesmente é uma forma de conceituar a vida e a realidade. Uma explicação mais apropriada seria a de instinto mental, um sentido, uma disposição ou inclinação mental. A antítese desta Mentalidade Progressiva é a Mentalidade má, injusta, retrógrada e destrutiva chamada Aka Mainyu. 2. Asha: Na teologia de Zaratustra Asha é o princípio ordenador da Criação. No Plano Universal e físico de Asha é o que se pode definir como o conjunto de leis que apoiam e promovem o Cosmos. Mas, do ponto de vista humano Asha traduz-se como: o que é Recto, o que Deve Ser, o Correcto, o Exacto, o Justo, o Verdadeiro. 3. Vohu Manah: Segundo Zaratustra os seres humanos são dotados de Vohu Manah (Boa Mente) o que lhes permite que compreendam a Asha e façam opções correctas que impulsionam a progressão do Mundo vivente para a mesma. 4. Spenta Aramaiti: Este conceito tem sido traduzido distintamente por diversos estudiosos. Alguns traduzem-no como Serenidade e alguns como o Cuidado ou a Atenção Mental ao que é Correcto, outros como Piedade, outros ainda, como Devoção e, por fim, outros como Benevolência. Não existe provavelmente nenhuma palavra inglesa que o possa definir. Mas o conceito é geralmente aceite como uma qualidade latente nos seres humanos que os estimula a traduzir o Bom Pensamento em Boas Acções que estão de acordo com a Asha, em suma, a Serenidade/ Equanimidade/ Estabilidade. 5. Kachatra Vairya: Este é o Domínio Ideal de Ahura Mazda. No nosso Mundo pode traduzir-se como a ordem social ideal pela qual cada ser humano se deve esforçar. Literalmente significa o Bom Domínio da Eleição. 6. Haurvatat: É o estado de integridade e aperfeiçoamento na Terra que é o ideal desenvolvimento que Deus deseja que a Humanidade alcance 7. Ameretat: É um estado de imortalidade, ou melhor de não-mortalidade que nos Gathas se chama Ameretat Abdruchim - Livro que mostra a filosofia de Zaratustra Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal, é uma coleção em três volumes, traduzidos para a língua portuguesa a partir da obra original em alemão, "Im Lichte Der Wahrheit", escrita por Abdruschin. Esclarece a finalidade da existência do ser humano. Mostra o caminho que este deve seguir, se quiser livrar-se do emaranhado atual de conceituações e crenças humanas falsas, para colocar-se finalmente em harmonia com as leis perfeitas e imutáveis que regem tudo na Criação. Esclarecendo assim completamente a própria Criação, sem permitir uma lacuna sequer, revela tudo o que até então era considerado segredo ou mistério. Traz com isso alegria e esperança a todos os pesquisadores sinceros já cansados e desanimados de suas buscas anteriores, não importa o ponto em que se encontrem no seu caminho. O teor da obra, de tão amplo e profundo, somente poderá ser assimilado por aqueles que ainda mantêm viva em si a chama interior da busca sincera pela Verdade. Isso é condicionado propositalmente pelo autor, que exige sempre o esforço pessoal na aplicação prática, em exata conformidade com seus ensinamentos. Somente assim a criatura humana poderá haurir dos valores eternos que a Mensagem do Graal apresenta. A obra Na Luz da Verdade é editada em português pela Ordem do Graal na Terra, entidade sem fins lucrativos, sediada na cidade de Embu, estado de São Paulo, que se dedica à divulgação de seus ensinamentos. Edita em português mais de vinte outros títulos relacionados ao assunto, como literatura colateral, sendo alguns editados também em outros idiomas. Quem foi Abdruschin? Abdruschin foi o pseudônimo de origem árabe adotado pelo autor Oscar Ernst Bernhardt para assinar suas obras literárias de cunho espiritualista. Em árabe, "Abd-ru-shin" significa "Filho da Luz". Nascido a 18 de abril de 1875 em Bischofswerda, Saxônia, tinha nacionalidade alemã. Faleceu a 6 de dezembro de 1941 em Kipsdorf, Erzgebirge. Antes de escrever a obra Na Luz da Verdade, viajou durante muitos anos, vindo a conhecer diversos países do Oriente, América do Norte e Europa. Escreveu a obra Na Luz da Verdade ao longo do período entre 1923 e 1929. Procurava evitar a atenção sobre sua própria pessoa, insistindo sempre em direcioná-la para o conteúdo de sua obra. Justificava isso com a frase: "Ouro é ouro, nas mãos de um príncipe ou nas de um mendigo".

segunda-feira, 3 de março de 2014

ATEU ? - AGNÓSTICO ? - Voce já sabe ?

No cenário épico do embate entre religião e ciência vários termos surgem. Dentre tantos, é relevante considerarmos pelo menos dois bem polêmicos, agnosticismo e ateísmo, que muitas vezes, confundem-se no senso comum. É bastante comum a confusão entre ambos termos, sendo eles, bem diferentes. Basicamente enquanto os Ateus negam totalmente a existência de Deus, os Agnósticos ficam, digamos, em cima do muro, não acreditando e nem desacreditando. No que se concerne aos Ateus, diversar teorias e correntes filosóficas e ideológicas embasam seus argumentos da não existência de Deus ou de qualquer outra forma de manifestação e entidades sobrenaturais. Na discussão religiosa seriam os Ateus os caras que mais sofreriam no inferno (caso eles estejam errados), mas essa questão será fruto de outro post, então, deixaremos os spoiller de fora. No meio termo entre Teístas e Ateístas estão os Agnósticos. Estes seriam os caras que guiados pela razão e divididos pela fé se questionam. Resumidamente os Agnósticos podem acreditar ou não em Deus, contudo, sua crença esta baseada no conheciemto cientifico, e alegando, que o homem (no sentido humanidade) não possui conhecimento o suficiente para provar a existência de tal entidade, e contradizendo-se, adimitem a possibilidade da existência do criador. Os Agnósticos dividem-se em duas vertentes, os agnosticos fortes e fracos (não no sentido MMA da palavra). Os agnósticos fortes caracterizam-se pela convicção de se Deus existir isso é irrelevante para a vida na Terra e que a compreensão de uma figura como Deus é inconsebível para a mente humana. Ao contrario deles, os agnosticos fracos adimitem que Deus é uma figura impotente, mas, o homen, não é apto para classifica-lo ou buscar entende-lo, essa vertende basicamente busca mostrar que os erros da religião é motivada pela mente limitada das pessoas, sendo Deus, uma figura que não necessitaria de uma explicação. RESUMINDO ATEU - NÃO ACREDITA EM DEUS; AGNÓSTICO - ACREDITAM OU NÃO, MAS DEFENDEM QUE O HOMEM NÃO TEM CONHECIMENTO SUFICIENTE PARA PROVAR OU NÃO A EXISTÊNCIA DELE; Agnosticismo Agnosticismo é aquilo que limita o conhecimento ao âmbito puramente racional e científico, negando esse caráter à especulação metafísica. Filosóficamente é interpretado, em sentido estrito, como um posicionamento diante das questões religiosas que sustenta ser impossível demonstrar tanto a existência quanto a inexistência de Deus. Os pensadores dogmáticos que postulam um caminho místico ou irracional de abordagem do absoluto, mantem a mesma posição do sentido estrito, mas negam que se possa chegar a conhecer alguma coisa a respeito do modo de ser divino. Em essência, ele emanaria de uma fonte racionalista, ou seja, de uma atitude intelectual que considera a razão como o único meio de conhecimento suficiente e o único aplicável, pois só o conhecimento proporcionado pela razão satisfaria as exigências de uma ciência rigorosa. Não nega, nem afirma a possível existência de seres espirituais, transcendentes ou não visíveis, e sim deixa em suspenso o juízo, abstém-se de pronunciar-se sobre sua existência e realidade, atuando de acordo com essa atitude. Nessa ordem de coisas, ainda que admita a possível existência de um ser supremo, ordenador do universo, sustenta que, científica e racionalmente, o homem não pode conhecer nada sobre a existência e a essência de tal ser, pois o agnosticismo circunscreve o conhecimento humano aos fenômenos materiais, e rejeita qualquer tipo de saber que se ocupe de seres espirituais, transcendentes ou não visíveis. Thomas H. Huxley criou o termo "agnosticismo" para ser uma antítese ao "gnóstico" da história da igreja. Uma atitude filosófica que nega a possibilidade de dar solução às questões que não podem ser tratadas de uma perspectiva científica, especialmente as de índole metafísica e religiosa. Essa definição de Huxley possibilitou diferentes concepções do agnosticismo ao longo da história. No âmbito filosófico, o empirismo, de David Hume, negou a possibilidade de se estabelecer leis universais válidas a partir dos conteúdos da experiência. O idealismo transcendental, de Kant, afirmou que o intelecto não pode conhecer a coisa-em-si, isto é, a essência real da coisa. O positivismo lógico, do século passado, estabelece que as proposições metafísicas não têm significado e, por isso, não é possível demonstrá-las. No âmbito religioso, o agnosticismo não nega nem afirma a existência de Deus, mas considera que não se pode chegar a uma demonstração racional dela; essa seria, em essência, a tese de Hume e de Kant, muito embora este considerasse possível demonstrar a existência de Deus como fundamento da moralidade. Ateu é quem não crê em Deus ou em qualquer ser superior. A palavra tem origem no Grego “atheos” que significa “sem Deus, que nega e abandona os deuses”. É formado pela partícula de negação “a” juntamente com o radical “theos” (deus). O termo nasceu na Grécia Antiga para descrever aquelas pessoas que rejeitavam as divindades adoradas por grande parte da sociedade. Eram considerados ímpios por não acreditarem nos muitos deuses venerados. Nas religiões teológicas (que envolvem a crença em um ser divino), um ateu é aquele que nega a existência de um ser supremo, onipotente (que pode tudo), onisciente (que sabe tudo) e onipresente (que está ao mesmo tempo em todos os lugares). O ateísmo é a doutrina dos ateus. É uma postura filosófica que rejeita a ideia de existência de quaisquer deuses. É uma atitude de descrença perante a afirmação religiosa de que existem divindades e de que elas exercem influência no universo e na conduta humana. Um ateu pode ter uma atitude ativa (quando defende de forma veemente a ausência de qualquer deus) ou uma atitude passiva (quando nega apenas por não haver provas que demonstrem a existência da divindade). A atitude passiva é uma forma de agnosticismo, em que os ateus agnósticos não acreditam em Deus, mas ao mesmo tempo não descartam a possibilidade de existência.

Somos seis !!!!

Quando duas pessoas se encontram há, na verdade, seis pessoas presentes: cada pessoa como se vê a si mesma, cada pessoa como a outra a vê e cada pessoa como realmente é. William James

A verdadeira arte de viajar...

A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando! Mario Quintana

Por que você tem medo da morte?

Talvez seja porque você não sabe como viver? Se você soubesse como viver totalmente, teria medo da morte? Se você amasse as árvores, o pôr do sol, os pássaros, a folha caída, se estivesse consciente de homens e mulheres em prantos, dos pobres, e realmente sentisse amor em seu coração, você teria medo da morte? Teria? Não seja persuadido por mim. Vamos pensar nisto juntos. Você não vive com alegria, não está feliz, não é vitalmente sensível às coisas; e é por isso que pergunta o que acontecerá quando você morrer? A vida para você é sofrimento e, assim, você está muito mais interessado na morte. Você sente que talvez exista felicidade depois da morte. Mas esse é um tremendo problema, eu não sei se você quer entrar nele. Afinal, o medo está no fundo de tudo isto – medo de morrer, medo de viver, medo de sofrer. Se você não pode compreender o que causa o medo e se livrar dele, então não importa muito se você está vivo ou morto. Nós temos medo de morrer. Para acabar com o medo da morte devemos entrar em contato com a morte, não com a imagem que o pensamento criou da morte, mas devemos de fato sentir o estado. De outro modo não há fim para o medo, porque a palavra morte cria medo, e nós nem queremos falar nisto. Sendo saudável, normal, com capacidade de raciocinar claramente, pensar objetivamente, observar, é possível para nós entrar em contato com o fato, totalmente? O organismo, pelo uso, por doença, finalmente vai morrer. Se formos saudáveis, queremos descobrir o que a morte significa. Não é um desejo mórbido, pois talvez morrendo compreendamos o viver. Viver, como acontece hoje, é tortura, tumulto infinito, uma contradição, e assim há conflito, miséria e confusão. A rotina de ir todo dia ao escritório, a repetição do prazer com suas dores, a angústia, a tentativa, a incerteza – é isso que chamamos viver. Nós nos acostumamos a esse tipo de vida. Aceitamos isto; envelhecemos com isto e morremos.Para descobrir o que é viver assim como descobrir o que é morrer, a pessoa deve entrar em contato com a morte; ou seja, deve acabar todo dia com todas as coisas que conheceu. Deve acabar com a imagem que construiu sobre si mesma, sobre sua família, sobre suas relações, a imagem que construiu através do prazer, através da relação com a sociedade, tudo. É isso que vai acontecer quando a morte ocorrer. - Krishnamurti

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Controle é a repressão.

A essência do controle é a repressão. O puro olhar põe fim a toda forma de repressão; ver é infinitamente mais sutil do que o mero controle. O controle é comparativamente fácil, não precisa de muita compreensão; adaptar-se a um padrão, obediência a uma autoridade estabelecida, medo de não fazer a coisa certa, da tradição, o impulso para o sucesso, estas são as coisas que provocam repressão do que é ou a sublimação do que é. O puro ato de ver o fato, qualquer que seja o fato, traz sua própria compreensão e daí, a mutação acontece. -

Intelecto X inteligência

Treinar o intelecto não resulta em inteligência. Mais propriamente, a inteligência surge quando a pessoa age em perfeita harmonia, intelectualmente e emocionalmente. Existe imensa distinção entre intelecto e inteligência. O intelecto é apenas o pensamento funcionando independentemente da emoção. Quando o intelecto, sem considerar a emoção, é treinado em alguma direção particular, a pessoa pode ter grande intelecto, mas não tem inteligência, porque na inteligência há uma capacidade inerente de sentir assim como de raciocinar, na inteligência as duas capacidades estão igualmente presentes, intensamente e harmoniosamente.Se você traz suas emoções para os negócios, você diz, os negócios não podem ser bem administrados ou honestos. Assim, você divide sua mente em compartimentos: num compartimento você guarda seu interesse religioso, noutro suas emoções, num terceiro seus negócios que não têm nada a ver com sua vida intelectual e emocional. Sua mente de negócios trata a vida meramente como meio de ganhar dinheiro para viver. Portanto, esta existência caótica, esta divisão em sua vida continua. Se você realmente usasse sua inteligência nos negócios, ou seja, se suas emoções e seu pensamento estivessem atuando harmoniosamente, seus negócios podiam fracassar. Provavelmente fracassariam. E você provavelmente deixaria que fracassassem quando realmente sentisse o absurdo, a crueldade, e a exploração que estão implicadas neste modo de viver.Até você realmente abordar toda a vida com sua inteligência, em vez de apenas com seu intelecto, nenhum sistema no mundo salvará o homem do incessante trabalho árduo pelo pão. - The Book of Life

Viver anonimamente

Não é possível viver neste mundo sem ambição, simplesmente sendo quem você é? Se você começar a compreender o que você é sem tentar mudar isto, então o que você é passa por uma transformação. Penso que se pode viver neste mundo anonimamente, completamente ignorado, sem ser famoso, ambicioso, cruel. Pode se viver muito felizmente quando nenhuma importância é dada ao ego; e isto também faz parte da educação correta. O mundo todo adora o sucesso. Você ouve histórias de como o menino pobre estudou a noite e, finalmente, se tornou juiz, ou como ele começou vendendo jornais e acabou multimilionário. Você é alimentado com a glorificação do sucesso. Com o empreendimento do grande sucesso há também grande sofrimento, mas a maioria de nós está presa no desejo de empreender, e o sucesso é muito mais importante para nós do que a compreensão e dissolução do sofrimento. -
The Book of Life

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Pedras do conhecimento

“Assim como as pedras preciosas são tiradas da terra, a virtude surge dos bons atos e a sabedoria nasce da mente pura e tranquila
. Para se andar com segurança, nos labirintos da vida humana, é necessário que se tenham como guias a luz da sabedoria e virtude.” Shakyamuni

Boa Saude

“Para se ter boa saúde, para trazer a verdadeira felicidade a família, para trazer paz a todos, deve-se disciplinar e controlar a própria mente. Se um homem puder controlar a mente, pode encontrar o caminho da Iluminação, e toda sabedoria e virtude a ele virá com naturalidade.” Shakyamuni

Vitória

“Por mais que na batalha se vença a um ou mais inimigos, a vitória sobre si mesmo é a maior de todas as vitórias.” Shakyamuni

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Eu sou o resultado de meus próprios atos

, herdeiros de atos; atos são a matriz que me trouxe, os atos são o meu parentesco; os atos recaem sobre mim; qualquer ato que eu realize, bom ou mal, eu dele herdarei. Eis em que deve sempre refletir todo o homem e toda mulher.” Shakyamuni.

O que somos hoje

e o que seremos amanhã depende de nossos pensamentos. Se procedo mal, sofro as consequência, se procedo bem, eu mesmo me purifico.” Shakyamuni.

Tudo é mutavel

“Tudo é mutável, tudo aparece e desaparece; só pode haver a bem-aventurada paz quando se puder escapar da agonia da vida e da morte.” Shakyamuni.

Viver um bom dia

“Vale a pena cumprir bem e sem erros o dever diário; não procure evitá-lo ou adiá-lo para amanhã. Fazendo logo o que hoje deve ser feito, pode - se viver um bom dia.” Shakyamuni

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mente quieta

Eu não sei se você notou que há compreensão quando a mente está muito quieta, mesmo por um segundo; há o lampejo da compreensão quando a verbalização do pensamento não existe. Apenas experimente isto e verá por si mesmo que você tem o lampejo da compreensão, essa extraordinária rapidez do insight, quando a mente está muito imóvel, quando o pensamento está ausente, quando a mente não está oprimida por seu próprio ruído. Então, a compreensão de qualquer coisa - de um quadro moderno, de uma criança, de sua esposa, seu vizinho, ou a compreensão da verdade, que está em todas as coisas - só pode chegar quando a mente está muito imóvel. Mas tal imobilidade não pode ser cultivada porque se você cultiva uma mente imóvel, não é uma mente imóvel, é uma mente morta. Quanto mais você está interessado em alguma coisa, quanto mais sua intenção de compreender, mais simples, clara, livre está a mente. Então a verbalização cessa. Afinal, pensamento é palavra, e é a palavra que interfere. É a tela das palavras, que é memória, que intervém entre o desafio e a resposta. É a palavra que está respondendo ao desafio, o que chamamos de intelecção. Então, a mente que fica tagarelando, que fica verbalizando, não pode compreender a verdade - verdade na relação, não uma verdade abstrata. Não existe verdade abstrata. Mas a verdade é muito sutil. Como um ladrão na noite, ela chega obscuramente, não quando você está preparado para recebê-la. The Book of Life

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ano Novo Chinês

O Ano Novo Chinês em 2014 é comemorado na sexta-feira 31 de janeiro, marcando o início do Ano do Cavalo no zodíaco chinês. De acordo com o tradicional calendário lunar chinês, o primeiro dia do ano lunar chinês pode cair entre o final de janeiro e meados de fevereiro. Este é também o festival mais importante para o povo chinês. O calendário lunar chinês incorpora tanto o ciclo lunar como a posição do Sol. Segundo a lenda, o calendário remonta a 2.600 a.C., quando o mítico Imperador Amarelo começou o primeiro ciclo do zodíaco chinês e nomeou um animal para representar cada ano no ciclo de 12 anos. Os 12 signos animais são: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, carneiro, macaco, galo, cão e porco. Características do Ano do Cavalo Se você nasceu em 1918, 1930, 1942, 1954, 1966, 1978, 1990, 2002 ou 2014, você nasceu sob o signo do cavalo. O cavalo é um dos animais favoritos do povo chinês e se tornou intimamente ligado à vida das pessoas. Ele forneceu um modo rápido e útil de transporte antes da invenção dos veículos motorizados. Uma das maneiras que o cavalo serve os seres humanos é ajudando às pessoas a alcançar seu destino. Portanto, o cavalo não é apenas um símbolo da viagem, mas também um sinal de sucesso mais rápido. O cavalo é o sétimo entre os 12 animais do zodíaco chinês. Pessoas nascidas no ano do cavalo são muito animadas, ativas e enérgicas. Elas são normalmente elegantes, independentes, gentis e trabalhadoras. Sua característica mais marcante é a sua forte autoconfiança. Assim, o Ano do Cavalo é um tempo para todas as pessoas avançarem com confiança em direção a seus objetivos e sonhos, assim como o cavalo que galopa em velocidade para seu destino. Tradições de Ano Novo O Ano Novo Chinês, também chamado de Festival da Primavera, é a mais importante das festas tradicionais chinesas. A celebração dura geralmente 15 dias, a partir do Dia de Ano Novo até o Festival das Lanternas, que é no 15º dia do primeiro mês do calendário lunar chinês. Há muitas tradições e costumes associados ao Ano Novo Chinês. Famílias limpam completamente suas casas, põem as coisas em ordem, e assim repelem qualquer má sorte, para abrir caminho para a boa fortuna. Janelas e portas são decorados com recortes de papel vermelho delicados e dísticos poéticos – pares de linhas de poesia que expressam a alegria das pessoas e a esperança pelo novo ano que se inicia. Fogos de artifício, bombinhas, envelopes vermelhos, dança do leão, dança do dragão e lanternas com enigmas são outros costumes e tradições comumente observados no período do Ano Novo Chinês. Primordial nesse período, as famílias se reúnem para um grande jantar e reunião familiar na véspera de Ano Novo, e os chineses também visitam parentes, vizinhos e amigos como parte da celebração do Ano Novo. Os desejos de Ano Novo A chegada do Ano do Cavalo é um momento para reconciliar as diferenças, abandonar e superar os rancores, e desejar sinceramente saúde, paz e felicidade a todos. Aqui estão alguns dos votos mais populares de Ano Novo: Boa sorte/Auspicioso Ano do Cavalo! (馬年吉祥, mǎ nián jí xiáng) Sucesso imediato quando o cavalo chegar! (馬到成功, mǎ dào chéng gōng) Assuma a liderança no Ano do Cavalo! (一馬當先, yī mǎ dāng xiān) Paz e boa saúde no Ano do Cavalo! (馬年安康, mǎ nián ān kāng)

domingo, 5 de janeiro de 2014

Encontrando sua própria voz Se você escolher de acordo com sua própria inclinação, de acordo com sua própria intuição... (a voz interior) é muito forte nas crianças, mas aos poucos, lentamente enfraquece. As vozes dos pais e dos professores, da sociedade e dos padres, vão se fortalecendo. Agora se você quiser descobrir qual é sua voz, você terá que passar através da multidão de ruídos. Basta olhar dentro: de quem é essa voz? Às vezes é o seu pai, às vezes é sua mãe, às vezes é seu avô, às vezes é o seu professor; e essas vozes são todas diferentes. Apenas uma coisa você não será capaz de encontrar facilmente – sua própria voz. Ela tem sido sempre reprimida. Foi dito a você para escutar os mais velhos, para escutar os padres, para escutar os professores. Nunca lhe foi dito para escutar seu próprio coração. Você está carregando sua própria pequena voz, suave, não ouvida, e no meio da multidão de vozes que foram impostas sobre você, é quase impossível encontrá-la. Primeiro você terá que se livrar de todos esses ruídos, alcançar uma certa qualidade de silêncio, paz, serenidade. Só então isso virá, como uma surpresa, que você também possui sua própria voz. Ela sempre esteve aí como uma corrente subterrânea. A menos que você tenha encontrado sua própria tendência, sua vida vai ser uma longa, longa tragédia, do berço ao túmulo. As únicas pessoas que foram felizes no mundo são aquelas que viveram de acordo com sua própria intuição e se rebelaram contra qualquer esforço feito pelos outros para impor as idéias deles. Quão valiosas essas idéias possam ser, elas são inúteis porque não são suas. A única idéia significante é aquela que surge de você, cresce em você, floresce em você. Primeiro Passo: Quem está falando, por favor? O que quer que você esteja fazendo, pensando, decidindo, pergunte a si mesmo: isso está vindo de mim ou é outra pessoa falando? Você ficará surpreso quando você encontrar a verdadeira voz. Talvez seja sua mãe; você irá ouví-la falar novamente. Talvez seja seu pai; não é absolutamente difícil de detectar. Isso permanece lá gravado em você exatamente como lhe foi dado pela primeira vez – o conselho, a ordem, a disciplina, ou o mandamento. Você pode encontrar muitas pessoas: os sacerdotes, os professores, os vizinhos e os parentes. Não há nenhuma necessidade de lutar. Basta saber que essa não é sua voz, mas a de outra pessoa – quem quer que esse outro alguém seja – você sabe que você não irá segui-lo. Sejam quais forem as conseqüências – boas ou ruins – agora você está decidindo mover-se por si mesmo, você está decidindo ser maduro. Você tem permanecido por demais uma criança. Você permaneceu por demais dependente. Você deu ouvidos a todas essas vozes e as seguiu bastante. E para onde elas lhe trouxeram? Para uma confusão. Segundo Passo: Obrigado... e Adeus! Uma vez que você identifica de quem é essa voz, agradeça a pessoa, peça para ser deixado só e diga adeus a ela. A pessoa que lhe deu a voz não era seu inimigo. A intenção dela não era ruim, mas isso não é uma questão de intenção. A questão é que ela impôs algo sobre você que não está vindo de sua fonte interior; e qualquer coisa que proceda do exterior lhe torna um escravo psicológico. Uma vez que você disse claramente a uma certa voz, ‘Deixe-me em paz’. Sua conexão com ela, sua identidade com ela, é quebrada. Isso foi capaz de lhe controlar porque você estava pensando que era sua voz. Toda a estratégia era a identidade. Agora você sabe que isso não é seus pensamentos, nem sua voz; isso é algo estranho a sua natureza. Reconhecer isso é suficiente. Livre-se das vozes que estão dentro de você e logo você ficará surpreso de ouvir uma pequena voz suave, a qual você nunca tinha ouvido antes... então um súbito reconhecimento de que essa é sua voz. Ela sempre esteve aí, mas ela é muito suave, uma pequena voz porque ela estava reprimida desde quando você era uma criança muito pequena, e a voz era muito débil, apenas um botão, e estava coberta com todo tipo de asneiras e você esqueceu da planta que sua vida é, a qual ainda está viva, esperando que você a descubra. Descubra sua voz e então siga-a sem nenhum medo. Quando isso acontece, aí está a meta da sua vida, aí está seu destino. É só aí que você irá encontrar realização, contentamento. É só aí que você irá florescer – e nesse florescimento, o saber acontece. Osho, em "From Ignorance to Innocence"